As fístulas retovaginais (FRV) constituem grande desafio para o cirurgião colorretal.
Trata-se de uma comunicação anormal entre o reto e a vagina.
São infrequentes, representando menos de 05% de todas as fístulas que acometem a região anorretal.
Na maioria das vezes resultam de trauma obstétrico ou cirurgia ginecológica/perineal. Doença inflamatória intestinal, infecção, história prévia de radioterapia pélvica e neoplasias estão entre causas menos comuns.
Uma pequena parte das pacientes portadoras de FRV é assintomática, outra pequena parte apresenta sintomatologia apenas durante episódios de diarréia, mas na grande maioria dos casos tem-se a perda frequente de gases e fezes através da vagina e/ou secreção com odor fecalóide, sintomas esses que são inaceitáveis para uma vida digna, levando a modificação do convívio social, crise conjugal, perda do trabalho, culminando com o total isolamento da paciente.
O manejo das fístulas retovaginais continua a ser um desafio. O tratamento é eminentemente cirúrgico e diversas técnicas podem ser usadas.
Independentemente da opção cirúrgica escolhida, a taxa de falha e a taxa de recorrência devem ser consideradas. A taxa de sucesso diminui a cada tentativa de reparo adicional.